"Que tipo de racista eu sou?", pondera Isildinha Baptista Nogueira durante Evento Formativo “Letramento Racial II" na SP Escola de Teatro
A Sede Brás da SP Escola de Teatro realizou, como parte dos eventos no Mês da Consciência Negra, o Evento Formativo “Letramento Racial II”, que contou com a presença de Isildinha Baptista Nogueira, doutora em Psicologia e escritora, presidente do conselho da ADAAP (Associação dos Artistas Amigos da Praça, criadora e gestora da SPET), Tâmara David, coordenadora do curso de Sonoplastia da Escola, e Uelinton Alves, mestrando na UFRJ e bibliotecário no Sesc.
Nogueira iniciou sua fala debatendo sobre como o racismo influencia na vida de pessoas brancas e negras. “Nenhum de nós escapa das estruturas do racismo; estamos aqui para pensar uma questão específica e como ela nos atravessa. Eu costumo dizer que todos somos racistas, tanto brancos quanto negros”, pontuou Isildinha.
Durante o evento, a psicanalista transmitiu um vídeo de uma palestra em que um menino de 16 anos relatava o racismo vivido por ele dentro de uma escola particular por outros colegas e o seu constante medo de não sobreviver, devido a ter nascido negro. “Não estamos falando de algo que aconteceu anos atrás, estamos falando de um relato que aconteceu em setembro de 2023. Onde eu e um grupo de psicanalistas estávamos debatendo esse tema. O racismo adoece e mata as pessoas”, destacou Nogueira.
A conversa também abordou a função do teatro e das pessoas brancas em uma sociedade antirracista.
“Nascemos em uma sociedade racista que nos ensinou a ser racistas, portanto, precisamos refletir de que maneira o racismo nos atravessa. Precisamos nos perguntar sempre: que tipo de racista eu sou?”, ponderou Isildinha.
O evento foi uma continuação do primeiro evento “Letramento Racial”, que aconteceu em junho. A iniciativa foi da Pedagogia da Escola em parceria com a Extensão Cultural.