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Marcio Aquiles lança “A queda ontológica do androide místico”

Marcio Aquiles, responsável pelas projetos internacionais e parcerias da SP Escola de Teatro, lança amanhã (6) o seu mais novo livro de poemas, “A queda ontológica do androide místico”.

Desde 2012, o escritor e crítico Marcio Aquiles vem usando a literatura como campo de experimentação formal, ao publicar livros de poesia, contos,  dramaturgia e romances de diferentes estilos. Em seus trabalhos, predominam temáticas abstratas, com personagens presos dentro de poemas, conversas entre mitos e entidades metafísicas, diálogos intersemióticos que culminam em uma pletora de linguagens atravessada pelos mais diversos intertextos.

Na obra a ser lançada no dia 6 de março, “A queda ontológica do androide místico”, um robô com alta capacidade cognitiva, modulado pelos dispositivos mais avançados da inteligência artificial, narra sua odisseia pós-apocalíptica. As armadilhas da consciência, contudo, o levam à queda ontológica e ao misticismo irracional.

A escritura é construída sobre e na tensão da possibilidade de que um eu-androide-lírico se inscreva em versos que narram sua história, seus prompts, datasets, sua formação e queda, os elementos e detalhes que compõem sua imitação de pós-humanidade. Trata-se de um longo poema que varia entre a primeira e terceira pessoas, sem um gênero fixo, em clave identitária de viés simbolista, tal como nos livros “O eclipse da melancolia” (Patuá, 2018) ou “A cadeia quântica dos nefelibatas em contraponto ao labirinto semântico dos lotófagos do sul” (Urutau, 2021).

Dividido em cinco partes, problematiza a linguagem poética que já surge solapada por sua própria existência, tal como aponta o prefácio de Drump Goo: “aceitando a polissemia, em um exercício sofisticado de apofenia, Marcio Aquiles, sem cair nas armadilhas fáceis da tecnofobia rasteira ou nos encantamentos da tecnofilia especulativa, interrompe o fluxo”.

Em proposição rítmica que induz a uma leitura atonal, referências do cânone literário e códigos sintáticos combinam-se numa arquitetura de dados enigmática e perturbadora.

Sobre o autor

Marcio Aquiles é escritor, crítico literário e teatral, autor de 15 livros, entre eles os romances “Artefato cognitivo nº 7?log5ie” (Prêmio Biblioteca Digital 2021) e “O amor e outras figuras de linguagem”; os volumes de poesia “A cadeia quântica dos nefelibatas em contraponto ao labirinto semântico dos lotófagos do sul” e “O eclipse da melancolia”; e a antologia dramática “O esteticismo niilista do número imaginário”. Como organizador, assina obras como “Teatro de grupo” (Prêmio APCA 2021), “Memórias do Cine Bijou” e “Teatro de grupo em tempos de ressignificação”. Tem formação acadêmica multidisciplinar constituída na USP, Unicamp, UFSCar e Schiller-Universität. Trabalhou cinco anos como jornalista e crítico teatral da Folha de S.Paulo. Desde 2014 é coordenador de projetos internacionais na SP Escola de Teatro. Em 2023, recebeu o 1º Prêmio Egresso Destaque Unicamp, “como forma de reconhecimento de sua distinta trajetória profissional”.

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