Estudantes de Iluminação da SP Escola de Teatro promovem exercícios na Unidade Brás
Estudantes do curso técnico em Iluminação da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco promoveram uma atividade de experimentação com arquitetura e luz na Unidade Brás da Escola, prédio histórico tombado pelo poder público e que traz muitas possibilidades artísticas e pedagógicas.
Explica Guilherme Bonfanti, coordenador da linha de estudo em Iluminação:
“Há tempos venho discutindo com estudantes uma abordagem diferente para os exercícios que fazemos na Unidade Brás: explorar as relações entre luz e arquitetura, criar uma proximidade com as artes visuais e olhar pro trabalho de alguns artistas que se utilizam da luz, seja artificial ou natural. Sempre vi um potencial enorme no uso da luz natural naquele prédio. A partir desta premissa, propus um exercício em que utilizássemos a poesia de Torquato Neto e/ou Waly Salomão e construíssemos uma performance com a palavra falada e a manipulação da luz natural nas duas salas da unidade. Apresentei a trajetória de luz nos trabalhos do Teatro da Vertigem e procedimentos dos processos de criação de luz do grupo. A ideia era explorar todas as possibilidades no uso das janelas, utilizando-se de filtros de luz, recortes e até black out nos vidros. Somando-se a isso o uso das cortinas como possibilidade de entrada mais controlada da luz. Com estas premissas propostas, nos dividimos em dois grupos, cada um ocupando uma sala e iniciamos um pequeno processo podendo pesquisar e experimentar, além da exploração de uma construção artesanal nos elementos de luz. Assim foi o ponto de partida.”
A estudante Rafaela Maciel compartilha um pouco da sua experiência no exercício:
“Três Movimentos foi uma experiência incrível de compartilhamento coletivo. Aprendi que a pressa não combina com pesquisa criativa e que trabalhar com outras pessoas, apesar dos desafios, é maravilhoso. O momento em que as ideias se tornam coletivas e perdem a autoria é incrível. Nesse processo, tudo se tornou nosso, não havia mais ‘meu’ ou ‘seu’. Uma das regras que mais me chamou atenção foi o uso exclusivo da luz natural, o que nos fez observar atentamente o horário e brincar com diferentes materiais e técnicas. Ver os colegas trabalhando com as mesmas orientações, mas chegando a soluções únicas, foi muito inspirador.”