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SP Escola de Teatro lança obra “Eternizar em Escrita Preta” com textos de dramaturgas negras vencedoras do Prêmio Solano Trindade

A SP Escola de Teatro, ligada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado e gerida pela Associação dos Artistas Amigos da Praça (Adaap), lança na quinta-feira, 17/11, o livro “Eternizar em Escrita Preta”, do Prêmio Solano Trindade 2021. O evento acontece no hall da sede Roosevelt da instituição, centro da capital paulista, a partir das 19h, e contará com a presença das três escritoras selecionadas e da equipe de colaboradores da instituição que ajudaram na produção da obra, além de artistas e intelectuais convidados.

A fim de traçar um panorama da nova produção dramatúrgica de jovens autores negros e negras no Brasil, o concurso de 2021 selecionou três textos de estudantes de escolas de teatro do país, que foram publicados em livro, em formato impresso e digital. A edição traz as obras “Atropelo”, de Amanda Carneiro (São Paulo/SP), “Limiar ou Primeiro Impulso que Algo Aconteça”, de Amanda Pessoa (Dourados/MS) e “Piscinas: um Estudo Sobre Águas, de Mariana Ozório (Belo Horizonte/MG).

“Esse projeto é de grande importância, pois descobrimos, conhecemos e divulgamos as dramaturgias que estão sendo produzidas por jovens autoras e autores pretos de todo o país. São histórias que refletem novas concepções de mundo, reverberam o contexto social em que esses dramaturgos estão inseridos e abordam concepções decoloniais e contemporâneas para ressignificar a história. Elas também se transformam em exemplo para as gerações futuras e fonte dramática e documental”, afirma Ivam Cabral, diretor executivo da Adaap e idealizador do projeto.

O lançamento contará com leituras encenadas de trechos das obras, realizados por estudantes bolsistas do Programa Oportunidades da Instituição.

Além disso, na abertura do evento, a SP Escola de Teatro receberá as Pretas Peri, sarau de música e poesia formado por um coletivo de mulheres negras e artistas da zona leste de São Paulo, que promove a cultura periférica e o empoderamento da mulher negra, com intervenções e performances, unindo diversos elementos como a dança, música, poesia e hip hop, resgatando a ancestralidade. Para o lançamento de “Eternizar em Escrita Preta”, o grupo traz uma homenagem à Tereza de Benguela, líder do quilombo do Piolho, que sob a sua liderança resistiu e lutou contra a escravidão por mais de duas décadas no século XVIII, no atual Mato Grosso.

“O Solano Trindade é uma oportunidade rara de novos autores negros e negras criarem dramaturgias que tragam novos discursos para o teatro brasileiro. E é especial que seja destinado a estudantes e professores de escolas de teatro de todo o país, o que traz uma maior diversidade de olhares. Durante muito tempo negros e negras foram apresentados por olhares estereotipados. Criar uma nova dramaturgia que retrate essa parcela da população é fazer evoluir nossos palcos”, comenta Miguel Arcanjo Prado, coordenador de Extensão Cultural e Projetos Especiais da SP Escola de Teatro, e um dos organizadores do projeto.

Lançamento do livro “ETERNIZAR EM ESCRITA PRETA”

Data: 17/11 (quinta-feira) – 19h
Local: SP Escola de Teatro – unidade Roosevelt – Praça Roosevelt, 210 – Centro, São Paulo SP

Sobre as autoras:

Amanda Carneiro é dramaturga, poeta e compositora paraense. É mestra e graduada em Teatro pela UDESC e UFPA, respectivamente. Integrou o Núcleo de Dramaturgia do SESI-SP (2020) e o Círculo de Dramaturgias do SESC-SP (2021). Possui poemas em revistas literárias e coletâneas como Trama das Águas, publicada pela Monomito Editorial. Coautora da peça teatral Zeca de uma cesta só, vencedora do Prêmio Especial do Júri pela capacidade de criação de uma arte política do Festival Internacional de Teatro Universitário de Blumenau-SC (2016) e autora da peça “Estados de Consciência”, publicada pela SESI-SP Editora.

Amanda Pessoa é Licenciada Historiadora (2015), mestra em sociologia (2019) e bacharelanda em Artes Cênicas (2021) pela UFGD. É mãe de Caetano Pessoa Jara (lê Rara) — desde 2019. Possui experiência em estudos das representações etnicorracias na TV e no teatro. Em 2020 foi atriz no espetáculo “Dom Casmurro” (Vencedor do Prêmio vozes da Cultura – Assis 2020). Em 2019 realizou a performance “Sobre Chorar o Leite Derramado” — fala de um corpo vertido em leite que tece sua trama, ao mesmo tempo em que trata de lugares-comuns atribuídos ao corpo materno e negro. Foi colaboradora da dramaturgia no espetáculo “Maldita Bendita Pensão” (2018). No mesmo ano foi colaboradora da dramaturgia do espetáculo “República de Vidro”, com direção de Carla Ávila e Rodrigo Bento. Em 2018 pesquisou sobre a utilização de fontes documentais na construção dramatúrgica do espetáculo “Limiar” — que teve como tema central narrativas de pessoas em situação de refúgio (sob orientação de Junia Pereira, Igor Schiavo e Michel Mauch).

Mariana Ozório é dramaturga, atriz em formação pelo Teatro Universitário da UFMG e psicóloga clínica pela PUC Minas. Foi aluna do Curso Livre de Teatro do Galpão Cine Horto (2016-2018). Em 2019, escreveu, dirigiu e atuou em seu solo “Pele”, na Mostra de Monólogos do Galpão Cine Horto (BH). Desde 2020 tem se aprofundado na escrita dramatúrgica e, atualmente, se dedica à escrita de duas dramaturgias e um livro de poemas & contos. É dramaturga do podcast “Corte Perfeito Para” e, desde 2021, integra a produção geral do podcast. Seu texto “….pontos….” faz parte do livro “Mentiras e outros pequenos furtos: um inventário da verdade” (2021).Está em processo de lançamento do seu livro peito cheio pela Editora Urutau

PRÊMIO

A premiação é uma homenagem ao ator, diretor, cineasta, escritor e militante pernambucano Francisco Solano Trindade (1908-1974), em cuja obra fez marcantes denúncias contra o racismo e o preconceito no Brasil. Em 2022, o Edital do Prêmio 2022 foi lançado em setembro e as inscrições encerraram no último dia 4 de novembro, com previsão de lançamento do novo livro no segundo semestre de 2023.

SP Escola de Teatro

Inaugurada na cidade de São Paulo, em 2010, a SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco – propõe novos desafios para o ensino das Artes Cênicas no Brasil. Com um modelo pedagógico ousado, o espaço toma como prismas da formação as sensibilidades e as potencialidades artísticas, humanas, críticas e cidadãs. A instituição é ligada à Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo e gerida pela Adaap – Associação dos Artistas Amigos da Praça, uma Organização Social de Cultura, sem fins lucrativos, formada por integrantes dos principais grupos de teatro da cidade de São Paulo.

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