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Diretor teatral Marco Antônio Rodrigues participa de aula no curso de Cenografia e Figurino

J.C. Serroni e Marco Antônio em aula para estudantes de Cenografia e Figurino. Foto: Bruno Galvincio.

Na última terça-feira, 17, a SP Escola de Teatro recebeu na sede Roosevelt o diretor Marco Antônio Rodrigues, um dos fundadores do grupo Folias D’Arte, para uma aula especial com os estudantes de Cenografia e Figurino, ao lado do coordenador J.C. Serroni.

No encontro, Rodrigues relatou as diversas experiências vividas com a montagem cenográfica do espetáculo dirigido por ele em 1995, Verás Que Tudo é Mentira, adaptação de Reinaldo Maia para o romance O Capitão Fracasso, de Theo?phile Gautier. Tal texto também é o objeto de estudo do semestre, que dentre outras temáticas, centraliza as Poéticas de Rua. A partir desse material, os estudantes devem realizar experimentos cênicos que posteriormente serão apresentados ao público até o mês de julho.

Verás Que Tudo É mentira é considerado o espetáculo embrionário do grupo Folias D’Arte. Contextualizado no período de decadência da aristocracia francesa, a narrativa conta a trajetória de uma trupe de artistas de baixa categoria que disfarçam a própria condição miserável com um virtuosismo exacerbado na forma teatral. Certo vez, num dia frio e chuvoso, a companhia busca abrigo em um grande castelo de um barão provinciano. Na conversa, o diretor justificou a escolha do romance, explicando como a experiência destes artistas retratados por Gautier se assemelhava a vivência do coletivo na época:

“Para nós essa peça é muito emblemática. Para contextualizar, no Brasil, a época era de redemocratização e prevalecia um ideal muito forte de utopia. Nós pensávamos que o país ia caminhar para outro lugar e a estrutura social era diferente, tínhamos a lei de fomento à cultural, mas também vivíamos sob uma hegemonia da mídia eletrônica. Nesse cenário, a novela de Gautier representa bem os projetos de cunho artístico de uma trupe que tenta se instalar no início da modernidade e se organiza com um caixa único, estabelecendo um contrato.”

J.C. Serroni e Marco Antônio em aula para estudantes de Cenografia e Figurino. Foto: Bruno Galvincio.

Nessa conjuntura, muitos dos temas trazidos pela peça estão relacionados às discussões centrais para o coletivo, como a relação entre o trabalho do artista de teatro e o meio social em que está inserido, a precarização dos processos criativos e outras questões diversas de cunho ético, político e de estética teatral. De maneira que, o trabalho que vem sendo realizado pelos estudantes no momento tem uma relação estreita com tais pautas.

Nesse contexto, Marco Antônio discutiu e pontou a importância da relação entre o elenco e o cenógrafo durante a concepção cênica da montagem de 1995:

“Eu tenho o costume de trabalhar muito em conjunto, acho que a encenação é sempre um projeto coletivo, sem nenhum proselitismo. O que eu me lembro da criação cênica dessa peça é que a gente articulou tudo junto. Durante os 7 meses de ensaio, a participação de todos os integrantes da trupe e o cenógrafo Mário Marcio foi muito importante nesse processo. Foi ele quem articulou a carroça usada em cena durante toda a temporada da peça. Estreamos em 1995, na Praça do Relógio, durante o Festival de Curitiba e foi um sucesso!”

J.C. Serroni e Marco Antônio em aula para estudantes de Cenografia e Figurino. Foto: Bruno Galvincio.

Confira a aula na integra:

 

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