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Manuel Victor, estudante da SP Escola de Teatro, conta como foram as oficinas de Hip Hop oferecidas na Fundação Casa do Brás; confira a entrevista!

No segundo semestre de 2022, a SP Escola de Teatro realizou, por meio do Programa Oportunidades, oficinas com o tema Vivência em Hip Hop – Breaking e contexto, na Fundação Casa do Brás.

Os encontros foram oferecidos e mediados pelo estudante de Dramaturgia da SP Escola de Teatro, Manuel Victor, como atividade de contrapartida. A iniciativa buscou expandir os horizontes e mostrar novas possibilidades dentro do universo artístico e cultural para os jovens que cumprem medida socioeducativa na instituição.

As oficinas fazem parte de uma série de ações que, em 2022, a SP Escola de Teatro realizou em prol do diálogo com o espaço cultural de seu entorno. Nesse contexto, com o objetivo de incentivar uma interlocução artística com a região do Brás, a Biblioteca da Escola e o Programa Oportunidades decidiram criar essa contrapartida com os estudantes bolsistas da ação cidadã.

Manuel Victor concedeu uma entrevista à SP Escola de Teatro para contar sobre a experiência da atividade e como a proposta do Programa Oportunidades foi especial a ele.

Confira a entrevista na íntegra:

Como foi a experiência das oficinas de Hip Hop na Fundação Casa do Brás?

Ministrar a oficina “Breaking & Contexto” para os jovens da Fundação Casa foi sem dúvida um dos maiores desafios da minha vida. Primeiro por ser algo que eu queria muito, pois já tinha tentado me colocar à disposição para ser mais um multiplicador de Hip Hop dentro das Casas, porém as burocracias sempre me impediram. Segundo, pelo simples fato concreto de se perceber lá dentro, entender onde estava e, principalmente, o que eu estava falando.

Tudo é muito delicado nesse contexto. Uma fala, um gesto, um olhar podem facilmente serem mal interpretados tanto pelos jovens quanto pelos funcionários, portanto foi fundamental manter o conteúdo na cabeça e no discurso, mas, também, estar atento constantemente na recepção dos jovens, com o intuito de, no momento presente, ir dobrando/modulando a aula para que ela fosse interessante para todos.

Relatando brevemente contrapontos importantes, é fundamental falar sobre a realização pessoal de poder falar e trocar com os jovens, que em sua maioria esmagadora, se parecem comigo e vieram de lugares igualmente próximos ao meu. Independente da “tensão” inerente ao local onde estávamos e da situação dos jovens, o encontro foi engrandecedor para mim enquanto artista-educador, por eu ter sido respeitado integralmente pelos meus alunos presentes e por entender que pude, em pequena instância, alcançar meus corações alvos e proporcionar uma vivência diferente por meio do corpo e do movimento.

Como os jovens que cumprem medida socioeducativa de internação na instituição reagiram à proposta das oficinas?

O meu relato só pode ser o mais positivo possível. Me olharam nos olhos, confiaram no meu trato para com seus corpos, tentaram, se arriscaram… Nos 4 dias que estive na Fundação Casa proporcionando a vivência de Hip Hop para 4 turmas diferentes, tive a oportunidade de receber ouro dos meninos! O que brilhava ali era a linguagem e o respeito, pactuados, ambos pelos olhares que enroscávamos. IDENTIFICAÇÃO! Eles em mim, eu neles.

Eu entendo que a vivência não era para mim e sim para eles, mas, ao final de cada encontro, a roda se formava com amor sincero e o que vale é que, com esse amor, nós dançamos e rimamos até perdermos a hora e os monitores nos alertar sobre o horário.

A vivência era pra eles, mas eu também saí ganhando.

Como estudante de Dramaturgia da SP Escola de Teatro, por que você acha importante a Escola fazer esse tipo de trabalho por meio do Programa Oportunidades?

Acredito que é importante por diversos fatores, inclusive os citados acima. No lugar de destaque, posso dizer que, por estudar dramaturgia, as histórias me tomam a todo momento, e o Programa Oportunidades me proporcionou as melhores que tive na Escola.

Além disso, a ideia primeira da contrapartida em questão era de aproximar a Escola do bairro do Brás e vice-versa. Entendo que adentrar o território, conhecer e estabelecer parcerias com as organizações locais e, poder sonhar que um dia muitas e muitas pessoas do bairro vão ter na Escola um espaço de pertencimento, é com certeza o horizonte que acredito.

Para você, qual é a importância da SP Escola de Teatro como centro de formação para as artes do palco?

A importância é enorme! Um espaço que proporciona ensino de qualidade e experimentação artística, como a SP, não é tão comum, mesmo numa metrópole.

Eu, que venho de formações pelo movimento, pelo corpo, vejo os fluxos na Escola, as pausas, os tempos, as revoltas… a MOVIMENTAÇÃO de gente viva e com vontade de mudar as coisas, de intervir e de reinventar! Esta é a importância da Escola e de estar lá: deixar se contaminar pelo movimento, de novo e de novo.

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